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O molequinho anda lá pelos seus cinco ou seis anos – a idade limite entre acreditar e não acreditar mais em Papai Noel. É por isso que se acomoda no colo do bom velhinho do shopping Center com certa dúvida bem humorada, buscando descobrir se aquela barba branca é mesmo verdadeira, enquanto a mãe dê-lhe que dê-lhe a tirar fotografias.

E quando o Papai Noel lhe pergunta o que vai querer de presente para o Natal, ele responde:

“A paz mundial.”

O velhinho cofia a barba como se não houvesse entendido, mas o menino confirma – o olhar matreiro. Quer mesmo a paz mundial de presente neste Natal.

Papai Noel não sabe o que dizer. Nunca qualquer criança lhe pedira algo sequer parecido.

“A paz mundial?” – pergunta ele. – “E por quê?” 

“Ora!” – se surpreende o menino. – “Meu pai e minha mãe dizem que é a melhor coisa que podia acontecer. Ficam sempre falando isso.” – e aponta para a mulher, que segue sacando fotos, sorridente. – “Bom, se é a melhor coisa, então quero isso de presente. E quem traz presente no Natal é o Papai Noel. Me traz?” – e o moleque dá um leve puxão na barba (verdadeira) do velho atônito. 

“Ahn….vou tentar.” – diz Noel, sem saber o que responder.

“Tentar, não. Traz.” – os olhos do pequeno agora são desafiadores: como é que Papai Noel não consegue garantir sua própria força? 

“Bom… certo, vou trazer.” – (até o Natal, este xaropinho já terá esquecido o pedido, pensa Noel.

“Então tá bom.” – satisfaz-se o menino, enquanto salta do colo do velhinho – ele mesmo dá por encerrada a conversa.

E vai embora confiante (a mãe comentando como ele estava lindo nas fotografias). Se a paz mundial chegar neste Natal, beleza: aí saberá que Papai Noel existe de verdade. Se não, já sabe que, de qualquer modo, vai ganhar o Playstation que pediu para o pai e para a mãe.

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